Colégio Prime inicia formação de professores com aula sobre argumentação

Uma das bases do Colégio Prime, nova escola de ensino médio de Londrina, é oferecer uma formação forte em linguagens desde a primeira série. A equipe pedagógica do colégio defende que, muito além de fazer uma boa redação, os jovens precisam aprender a se expressar corretamente, interpretar informações, analisar criticamente, tirar conclusões embasadas e se comunicar de maneira eficaz. São habilidades que extrapolam o contexto escolar e serão usadas por toda a vida.

Por isso, na nossa escola, o desenvolvimento destas competências será responsabilidade de todas as disciplinas, inclusive as de exatas e biológicas. Sabemos que é uma proposta inédita em Londrina, por isso, os professores passaram por uma formação exclusiva com a coordenadora pedagógica Marcia Chireia.

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Marcia partiu da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) para explicar aos professores como usar a argumentação em sala  de aula. O documento define a competência da argumentação dessa forma: 

Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. Aqui o destaque é para a capacidade de construir argumentos, conclusões ou opiniões de maneira qualificada e de debater com respeito às colocações dos outros. Ela inclui a consciência e a valorização da ética, dos direitos humanos e da sustentabilidade social e ambiental como referências essenciais no aprendizado dessa competência para orientar o posicionamento dos estudantes.

Com base neste conceito, Marcia usou exemplos práticos para explicar como a argumentação vai muito além das aulas de português e redação. Para provar uma tese, os alunos vão precisar de bons argumentos aprendidos em todas as disciplinas. Neste contexto, as aulas são oportunidades constantes para que os alunos se expressem oralmente e por escrito, debatam ideias, interpretem textos, realizem análises críticas e desenvolvam habilidades de argumentação. 

“Os professores desempenham um papel fundamental nesse processo, orientando, fornecendo feedback construtivo e incentivando a participação ativa em atividades que promovam a utilização das linguagens”, destaca. 

 O esforço de envolver as disciplinas de diferentes áreas com as linguagens é baseado em dados estatísticos. No Brasil, um em cada dez brasileiros com 15 anos ou mais não sabe ler e escrever e, conforme a revista Nova Escola, demonstram incapacidade de entender textos longos, localizar informações específicas, sintetizar a ideia principal ou comparar dois escritos. 

E a dificuldade não se apresenta apenas entre os que possuem baixa escolaridade. A experiência do Prime com o curso pré-vestibular mostra que, muito embora os estudantes com ensino médio completo aprendam a ler, não compreendem o que leem. 

Por isso, formar leitores  competentes, que saiam do ensino médio com habilidade de compreender textos complexos, será obrigação de todas as disciplinas. “Cabe aos professores fornecer a base para a compreensão dos textos, formando estudantes cada vez mais autônomos”, diz. 

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